Quando Floriano chegou ao
Sítio, foi surpreendido por um forte temporal que o deixou um tanto fora de
controle, temendo repetir-se a tragédia de alguns anos.
De repente um ruído de
motor lá fora o fez esquecer suas preocupações e, olhando através da janela, vê
uma caminhonete amarela estacionada com os faróis acesos. Chega até a varanda e
grita:
- Quem é?
- Vitória! Tenho um sítio
aqui próximo ao seu, mas a ponte ruiu e não posso chegar até em casa. Posso
estacionar aqui?
- Entra, por favor! Vou
gostar de ter companhia.
Quando Vitória desceu do
veículo, Floriano surpreendeu-se com sua presença! Era uma mulher madura, os
cabelos brancos, lisos pelos ombros, olhos azuis, com algumas marcas do tempo,
lábios delicados, dentes perfeitos e uma pele morena que lhe emprestava uma
beleza singular.
- Obrigada! Como se chama?
- Floriano.
- Muito prazer, garoto!
- Garoto? Tenho 29 anos!
- Desculpe! Não quis ofendê-lo.
É mania que tenho de chamar as pessoas desse jeito. Amigos? E estendeu a mão a ele num gesto amistoso.
- Amigos, claro!
Vitória sorri e o abraça
carinhosamente e Floriano mal disfarça a ansiedade que o perturba. Há naquela mulher alguma coisa que o tira do
próprio eixo.
- Você quer comer ou beber
algo?
- Um conhaque, se tiver.
- Conhaque?!
- E por que não? Você por
acaso é abstêmio, garo... quer dizer, Floriano?
- Não! Mas é que...
- ... para uma mulher, e
da minha idade fica estranho, não é assim?
- Não tire conclusões
precipitadas, Vitória, apenas não é comum algo assim. Só isso.
- Olha, não existe nada
que eu não saiba. Essa é uma das vantagens que o tempo oferece: experiência,
conhecimento. Mas quero que saiba também que o tempo não nos tira a condição ou
a situação de feminilidade. Você é um belo jovem, Floriano! E possui uma rara
virtude: o respeito ao ser humano! Obrigada pelo favor. Um dia retribuo, com
certeza.
- Você ficou ofendida
comigo?
- É preciso muito mais para
que eu me ofenda com alguém, principalmente alguém tão bonito assim! Vá
visitar-me amanhã.
- Aonde você vai?
- Para minha casa, meu
querido! O temporal passou e eu preciso ir.
- Mas como você pretende ir, se a ponte ruiu?
- Há um atalho que leva
muito mais tempo para chegar ao meu sítio, mas como conheço isso tudo e muito
bem, sei o quanto é perigoso rodar por aqui sob fortes tempestades. Por isso
não arrisquei seguir viagem.
- Por favor, Vitória,
espera o amanhecer!
- Não tem medo que eu o
seduza? Diz ela com um sorriso malicioso
no olhar...
Floriano não se contém e
puxa-a de encontro ao seu corpo, beijando-a com toda impetuosidade da juventude
e ela, por sua vez, o recebe em seu corpo maduro, e o amor acontece naquele
sítio distante da civilização. A chama do lampião lambe a treva da noite densa
e os dois amantes se entregam ao prazer de um encontro jamais pensado em suas
vidas.
A manhã os surpreende
despidos sobre o leito em desalinho. Vitória sorri e uma vez mais os lábios de
Floriano colhem o mel silvestre, o orvalho matutino.
De repente ela se levanta
buscando uma ducha e mergulha de corpo inteiro na tepidez da água em
abundância. E é tão natural, tão livre
de pudores que fascina o jovem amante, cujo desejo é retê-la um pouco mais,
buscando-lhe o corpo perfumado e vigoroso a atraí-lo como a flor ao colibri.
Depois insiste em
acompanhá-la até sua casa.Durante o percurso, mais longo pelo atalho que
tiveram que buscar, ela liga o som, canta, mostra a ele todos os lugares por
onde passam e Floriano surpreende-se ao chegarem à divisa de suas terras, pois
ali fora erguido um totem que impressionava pela riqueza dos detalhes nos
contornos.
- Uau! Que peça linda!
Linda e rara! Onde você garimpou essa maravilha?
- Eu que fiz!
- Você?
- Sim, eu.
- Tem outros exemplares?
- Forneço algumas peças
para decoradores de vários estados brasileiros e alguns do exterior.
- Estamos diante de uma
artista então?
- Digamos uma artesã. A
arte de esculpir, de ver na madeira bruta a forma delicada e sutil à espera do
buril a delineá-la, dar-lhe vida, é algo que só se exprime quando a peça está
pronta. É apaixonante!
- Como você, Vitória! Fala
suavemente como uma carícia.
Ao divisarem o sítio de
Vitória, Floriano fica boquiaberto com a força, a marca pessoal daquela mulher em
cada ângulo da bela propriedade rural. Até mesmo a mureta que circundava a
varanda fora esculpida com um bom gosto indescritível! Ela parecia ter com as peças um diálogo
poético que se traduzia em uma sutileza envolvente.
A partir dali, era outra
mulher que se revelava diante dos olhos enamorados de Floriano: era uma
artista! Alguém que se permitia o desnudar-se da alma com todas as suas
delicadas nuances que encantam os olhos de quem sabe ver!
Vitória transcendia as
expectativas de Floriano. Sua casa ampla, confortável com lareira,
espreguiçadeiras, esculturas, telas especiais, revelavam a sutileza feminina, a
harmonia das cores, dos diferentes materiais, as cortinas transparentes que se
deixavam acariciar pelo vento, mostravam o romantismo presente naquele coração.
E em meio aquilo tudo, Bela, com seu pelo claro e seus olhos mansos que sabia
quem ela poderia deixar entrar naquele santuário onde só ela era a guardiã
atenta e fiel.
- Bela! Venha, minha
garota! Venha conhecer Floriano!
E bela, suspendendo as
patas dianteiras, as apoia no peito de Floriano que lhe retribui o carinho:
- Oi, Bela! Linda garota!
E assim parece ganhar mais
uma parte do coração de Vitória que sorri com gosto!
- Ainda preciso
mostrar-lhe outros recantos que são meus esconderijos quando preciso trabalhar.
Agora eu o convido para a parte mais saborosa da casa!
E o conduzindo pela mão
segue para a cozinha que se integrava à natureza com seus janelões abertos aos
pares e deixavam ver um moderno fogão a lenha, móveis rústicos, panelas de
barro, grandes cestos, jarrões, bilhas de cerâmica e uma tela em natureza morta
finalizando o ambiente.
- Lola! Temos visitas,
minha gostosura! E assim dizendo beijava-lhe a cabeça envolvida por um lenço,
que Vitória ajeitava, puxando daqui pra lá, de lá pra cá.
– Quem é?
- É Floriano. Ele veio
conhecer você, minha deusa!
- Me deixa ver ele, menina
tonta!
- Não vai roubá-lo de mim,
hein, sua feiticeira!
Lola pede que Floriano se
aproxime e passa as mãos nos seus cabelos, no seu rosto, devagar, sentindo cada
ângulo de sua face. Depois, apóia as duas mãos em seus ombros e sentencia:
- É bonito, Vitória! E
inspira confiança, n’é não, Bela?
Bela responde com latidos
amistosos e apoia a cabeça delicadamente em seu colo esperando o carinho
habitual.
Floriano emociona-se vendo
toda aquela ternura envolvendo seres tão especiais e o recebendo com tanto
carinho que sente um desejo enorme de retribuir tudo aquilo, mas nem imaginava
como ou quando poderia fazê-lo...
Lola era cega, mas, “via” tudo e todos pelo toque das mãos
que eram de ouro naquele seu reino encantado.
- Lola é uma feiticeira
disfarçada de cozinheira, sabe, Floriano? Ela fica se babando toda porque eu
não sei nada de arte culinária e por isso, me esnoba à vontade.
- Ara! Resmunga Lola se
empertigando toda, se avia, menina! Larga mão de “bobage” que ocê, mais que eu,
sabe com precisão, tudo o que é preciso se fazer nessa vida!
- Bela! Bela, vem cá,
garota! Vai buscar o Cigano, vai!
Bela, num salto ganha o
terreiro e volta daí a alguns minutos puxando pela rédea, com a boca, um
belíssimo cavalo malhado que já encilhado causou estranheza a Floriano:
- Bela, você também
encilhou o Cigano?
- Não, senhor! Fui eu
mesmo. Afirma Lourenço, o filho de Lola, espécie de capataz da fazenda, que
recebera de Vitória a bênção do batismo, das primeiras letras, do carinho da
maternidade que ela não obtivera.
Mas Vitória, entre tantas
qualidades que possuía, ainda herdara de sua mãe o talento de jamais queixar-se
de coisa alguma, fosse o que fosse, a tônica era manter sempre o bom humor e o
otimismo.
Lourenço, discreto e
calado era a sombra de sua madrinha a quem devotava toda gratidão desse mundo,
pela generosidade ímpar daquela bela mulher; e, a um gesto seu, leva o polegar
e o indicador aos lábios e ao potente
assobio, surge Apache, um cavalo negro que era o xodó do rapaz, sua primeira
grande conquista.
- Ah, garoto! O que seria
de mim sem você? Diz ela, estalando um beijo no rosto de Lourenço, que sorri
sem jeito diante de Floriano.
- Vem Apache, chega aqui
perto, garotão!
E Apache meneia a cabeça
vigoroso, levando a pata esquerda um pouco à frente, toca levemente o focinho
na altura do joelho, num movimento gracioso.
Vitória o abraça e
beija-lhe o pescoço, dizendo num sorriso a Floriano:
- Ele não é lindo?
- Linda é você, meu
amor! Você é alma de tudo isso aqui,
onde todos volitam à sua volta, como se de seu interior emanasse um ímã
poderoso a atrair e a dar um movimento dinâmico fazendo tudo funcionar
harmoniosamente.
- Ah, não sou nada disso!
Você que é um poeta. Vamos?
Montam os animais e saem
pela região entre sorrisos, suspiros e olhares cúmplices, próprios dos
apaixonados.
Vitória o conduz até a
cabana, uma construção em troncos sobre um ingazeiro, onde ela costumava ficar
horas projetando suas peças.
E ali, o amor falou alto e
seus corpos entrelaçados, pareciam nunca mais desejarem se apartar.
Como explicar-se o amor? Não
tem explicação. Em nenhuma área do conhecimento humano esse pequeno deus, esse
movimento da alma, pôde ser compreendido pelo homem.
Súbito, ela fecha os olhos
e pedindo que ele permaneça imóvel, começa a palmilhar com os dedos, agilmente,
todo o seu corpo.
- Como você quer que eu
fique imóvel, amor?
- Shhh.. São meus dedos
que precisam vê-lo. Fica quieto, garoto!
- Só se eu estivesse
morto!
- Pensa que está e não me
desconcentre, Floriano. Não vê que estou com olhos fechados? Quieto!
- Está bem. Prometo que
vou me esforçar. Mas para que esse
ritual todo?
- Depois eu falo. E ela
prossegue séria, compenetrada, no seu passeio inusitado.
Ao terminar levanta-se e
com determinação na voz, revela:
- Vou esculpir você.
- In natura?
- Hum, hum! É mais doce,
fala levando o indicador aos lábios numa atitude provocante e sexy.
Floriano não resiste e a
atrai ao peito num suspiro:
- Faça de mim o que bem
quiser, minha deusa! Sou seu escravo.
- Prefiro que você seja o
meu amor, o meu homem! Eu amo você.
E se abandonaram à doce
magia daquele sentimento forte e envolvente.
- Sabe, Flô, meu estômago
está me dizendo que é hora de voltarmos.
- Sei. Eu também estou
zonzo de fome, mas aqui está tão bom ...
- É, mas devemos ir.
Amanhã eu volto porque vou começar meu novo projeto e sempre fico aqui para
trabalhar.
- Como volto? E eu?
- Você só vem com uma
condição:
- ?!
- Ficar quieto enquanto eu
trabalho. Fechado?
- Fechado.
Descem da cabana, retomam
suas montarias e regressam à casa onde o aroma inigualável da comida de Lola ia
longe, como a apressá-los. Uma chuveirada rápida, e a refeição se fez ainda
mais saborosa.
Após o almoço Vitória
pegou o cavalete e com uma rapidez espantosa começou a desenhar a figura de
Floriano.
- Esse vai ficar comigo,
no meu quarto, quando você for embora.
- E quem disse que vou?
- Não vai?
- Só se você quiser.
- E quem disse que eu
quero?
- Vitória, quando busquei
o Sítio o fiz para fugir de uma grande decepção e a vida me coloca você no caminho! Você com toda essa energia,
alegria, generosidade, essa vontade de viver, essa capacidade de entregar-se e
de doar-se aos outros com uma intensidade tão linda que chega a comover! Como
eu posso querer, pensar em ir embora?
- Floriano, eu não teço
ilusões. Apenas vivo intensamente cada minuto como se não houvesse o amanhã.
Porque ao buscarmos sofregamente esse amanhã, deixamos de viver o hoje, o
agora. A vida me ensinou a ser assim.
- Ontem foi hoje,
esqueceu?
- Não.
- Então vivamos hoje e
quando amanhã tornar-se hoje, vamos rir de nós dois, de nossos medos. Promete?
- Está bem. Veja! E ela
exibe sua tela em pastel, com um domínio perfeito de luzes e sombras que
encantou seu modelo:
- Fiquei até bonito!
- Você é bonito!
- Posso fazer um pedido?
- Claro.
- Reproduza nós dois.
- Como?
- Assim! Disse ele
abraçando-a por trás e posicionando seu rosto colado ao dela de frente para o
espelho.
- Adoro desafios!
- Agora?
- Amanhã.
- Viu querida? O ontem, o
hoje e o amanhã jamais se dissociam.
Nesse momento, Bela arranha a porta do quarto e late com insistência,
indicando que algo não vai bem.
Vitória, num salto, abre a
porta e abraça a cadela olhando-a como a querer adivinhar seu comportamento.
- O que foi, Bela?
Desvencilhando-se, a
cadela segue para a cozinha acompanhada pelos dois namorados, que não disfarçam
sua apreensão.
Lourenço, com o chapéu nas
mãos, demonstrando nervosismo se apressou em dizer:
- Madrinha, um dos cavalos
tem um ferimento no dorso e apresenta um comportamento estranho.
- Vamos até lá. E seguiram
até a baia onde os animais eram recolhidos a certa hora do dia.
Floriano acercou-se do
animal e pediu que Lourenço providenciasse água e sabão. Lavou o ferimento e
balançando tristemente a cabeça, adiantou:
- Isso é mordida de
morcego.
- Como você sabe?
- Sou veterinário,
Vitória.
- E...
- Temos que descobrir o
esconderijo deles e deslocá-los porque infelizmente são os animais de grande
porte seu alvo preferido.
- E quanto ao animal?
- Só sacrificando.
Os grandes olhos azuis de
Vitória turvaram-se de lágrimas. Lourenço cerrou os dentes e estalou todos os
dedos de uma vez, gesto que repetia quando estava nervoso ou preocupado.
- Isso não é justo,
Floriano! Não é justo! Eu nunca consegui encontrar serenidade diante da morte.
Sempre busco lutar a favor da vida. Deve haver uma saída, meu Deus!
- Infelizmente ainda não
há. Morcegos hematófagos não são muito comuns na natureza, mas quando se
localizam em alguma parte, o combate é difícil.
Vitória lembrou-se então
que em ponto bem distante dali, num local de difícil acesso, havia uma gruta
onde provavelmente serviria de esconderijo para eles.
- Podemos bloquear a saída
da gruta.
- É uma alternativa, mas existe
a Lei de Proteção à Fauna e nesse caso específico, devemos convocar a Equipe de
controle de Zoonoses que além de tomarem as providências legais promovem a
vacinação em massa dos animais.
- Por que isso? Perguntou
Lourenço.
- Porque no caso da raiva,
há prejuízo para grande parte de qualquer rebanho.
Aquilo era o tendão de
Aquiles para Vitória que, nessa hora, demonstrou sua fragilidade a agradeceu a
presença de Floriano, seu conhecimento sobre o assunto e todos os
esclarecimentos e providências devidas e
tomadas em seu favor.
Passado aquele tumulto,
Vitória retoma seu modo habitual de ser e recomeça seu projeto. Após o processo
com a argila, usa folhas finíssimas de estanho que a certa temperatura, se
liquefazem, moldando-se ao gosto do artista.
Floriano olhava aquela
criatura a sua frente e pensava o quanto ela era admirável e o quanto ele a
amava. Começou então a arquitetar um plano para dar continuidade àquela relação
de amor tão bonita, tão intensa!
Quando Vitória concluiu
sua estatueta, utilizou um tipo de resina que em pequenas gotas dava a
impressão do corpo esculpido estar molhado, orvalhado talvez. O resultado era
surpreendente!
Ao visualizar sua réplica
e de forma tão delicada, Floriano com os olhos marejados, abraçou-a com ternura
e em tom sério, disse-lhe num sussurro:
- Preciso confessar-lhe
algo e não quero que você me interrompa.
- ?
- Vou me transferir para o
Sítio, iniciar um projeto Volante de Assistência Veterinária e Ambiental aqui
nessa região. E quero me casar com você, Vitória.
Vitória deu um longo
suspiro, arqueou as sobrancelhas e acrescentou:
- Bom, não é todo dia que
alguém é pedido em casamento e eu seria muito tola se recusasse, mas...
- Mas o quê, minha deusa?
- E sua família, meu bem?
Você já pensou sobre isso?
- Você se recorda da
tragédia no Sítio quando meu pai foi levado pelas águas na enchente do
Boqueirão?
- Eu não estava no Brasil
nessa época, mas soube do acontecido. Sinto muito, Floriano!
- Ficamos eu e mamãe a nos
socorrermos mutuamente durante alguns anos até que ela também se foi. Eu, à
época, bastante fragilizado, me apeguei muito a Lisânia, uma colega da
Universidade, que terminou me causando uma grande desilusão quando, já quase às
vésperas do nosso casamento, fugiu com um ex-namorado para a Europa.
Mergulhei mais e mais nos
estudos, buscando maiores realizações, especializações e esquecimento. Decidi
vir até aqui para descansar um pouco e a vida me deu você de presente. Tem alguma outra objeção?
- Só uma coisinha: permanecemos
em nossos próprios espaços, fechado?
- Por que isso?
- Porque preciso de uma
certa solidão, certa privacidade. Coisa de artista, eu creio. Influência de Simone de Beauvoir, talvez. Mas
você tem trânsito livre aqui. A casa é sua.
- O mesmo para você. E
quero dizer que estou muito feliz em ter aceitado meu pedido. Confesso que
senti certo temor em ouvir um não dessa boca gostosa de cereja madura.
Eles se beijam longamente
sendo interrompidos por Bela que, enciumada, parecendo ter compreendido todo
aquele acordo, pulava, latia, corria, parava e voltava rápida para receber o
carinho de seus donos.
- Vem, Bela! Vem, garota! E a voz amorosa de Vitória ressoava pela casa
que receberia na varanda uma nova escultura:
Um ninho com um casal de
passarinhos a se beijarem, simbolizando o encontro de dois corações apaixonados.