quarta-feira, 18 de junho de 2014

Madrinha Flora


 
Madrinha Flora adorava plantas! E sempre acreditou que esses seres da natureza guardavam sentimentos e, se aguçássemos o ouvido e apurássemos a visão, poderíamos ouvi-los e vê-los de outra maneira.

Como morava sozinha num bosque muito aprazível, ela costumava tecer longas conversas com a natureza e jurava que ambas se entendiam muito bem! Trocavam até receitas...

Um dia percebeu que em meio a sua plantação erguia-se um girassol! E foi logo puxando conversa, mas, para surpresa sua, descobriu que aquela flor mantinha-se muito triste, muito calada...

Acho que é porque está sozinha, pensou madrinha. Os girassóis vivem em grupo, estão sempre juntinhos no seu ofício de observadores do sol. Se não me engano devem ser entes do céu, disfarçados de flor...

Ora, Flora, deixe de bobagens e vai tratando logo de descobrir a razão da tristeza do girassol. Tristeza não faz bem, você sabe!

Enquanto pensava pegou um livro e sentou-se do lado de fora para ler para aproveitar melhor a luz natural.

Pois não é que quando se deu conta, o girassol estava ao seu lado?! Ele olhava para o livro com tanto interesse, que Madrinha Flora começou a ler em voz alta e descobriu que a plantinha voltou a ser alegre e divertida.

Ah! Ela gostava de histórias! E de livros! Madrinha Flora então passou a contar histórias das mais diversas todos os dias.

Acho que as plantas e os animais são como nós. Alguns gostam de ouvir histórias e quão poucos sabem contar...

E mais uma surpresa a aguardava: Ao sair para o terreiro cumprindo a sua agradável e amorosa tarefa, não é que se viu cercada por outras flores e folhagens, ganhando uma nova plateia para suas narrativas?

E há quem diga que fadas não existem...


5 comentários:

  1. O adorável conto casou-se perfeitamente com a simpática ilustração! Você fez o dever de casa direitinho, amiga! Parabéns!

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  2. Amiga eu adoro flores, e sabe .. sempre que estou triste com saudades, com aquela nostalgia , é sempre ao entardecer que os sintomas me aparecem, eu vou ao meu pequeno jardim e começo a mexer com elas e logo eu fico bem, é a troca de energia elas são adoráveis.!!
    Muito terno esse conto. Um beijo.

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  3. La shajna naiveco de la fabelo kashas profundajn aludojn: pri la maniero vivi sola kaj felicha, pri la interna trezoro de la spirito, pri la graveco de solidaraj agoj, pri la valoro de la libroj kaj la literaturo, kaj aliaj... Sagaca rakonto, poezia kaj filozofia! Gratulon!

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