quarta-feira, 23 de julho de 2014

Branquinho e Buliçoso



Branquinho vivia num lugar enorme e até bem seguro, mas havia nascido com um grave problema: o medo.

Tinha medo de tudo! Do barulho, do vento, do escuro, das pessoas... sair, então, nem pensar!

Buliçoso, seu melhor amigo, lhe trazia água, pedaços de cenoura, raminhos de capim, para que ele não morresse de fome ou de sede, mas aconselhava:

- Branquinho, você precisa encarar o medo, senão vai acabar mal...

- Não consigo, Buliçoso! Não consigo! É mais forte que eu.

Um dia, Buliçoso ficou tão doente que não conseguia sequer levantar-se...
Branquinho, vendo o sofrimento do amigo, abriu a porta e saiu em busca do alimento e da água fresquinha que Buliçoso nunca se esquecera de trazer para ele.

O barulho da estrada fez seu coração disparar dentro do peito, o vento, soprando forte parecia querer arrancar seus longos pelos, mas ele, pensando apenas no amiguinho doente, esqueceu o medo que tanto o atormentava e trouxe tudo que era preciso para garantir a sobrevivência da vida.

Buliçoso recebeu tudo com muita alegria e disse com gratidão:

- Branquinho, meu amigo, muito obrigado pela preocupação comigo. Mas minha alegria maior é ver que você ficou bom da sua antiga doença: o medo. Quando o enfrentamos ele desaparece.

- O que é o medo, Buliçoso?

- É uma doença com cara de monstro, que adora ver todo mundo que acredita em seu poder, escondido em casa ou nas tocas. Mas quando a gente encara, enfrenta ele, o covarde foge e se esconde em outro lugar.

- Obrigado, amigo. Você me ajudou a me livrar desse monstrinho chato e bobo, mas assustador.

- Amanhã vamos brincar juntos lá fora, valeu?

- Valeu!

Fica a lição: quando nos doamos aos outros, esquecemos de nós mesmos superando assim os nossos medos e angústias.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Sinfonia divina



Os planetas, 
assim reunidos,
em circunvoluções 
na pauta do infinito,
Produzem acordes 
tão bonitos... 
        inesquecíveis 
aos nossos corações.

E Deus, 
o Maestro sublime,
rege incansavelmente,
a sinfonia infinda,
a melodia mais linda,
linda, linda,
que se chama...

                 VIDA!

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Paixão vital




Eu me apaixonei por um cara
Tão bom, tão imenso, nem dá pra dizer...
Tão rico em talentos, em dons naturais,
E nem faz ideia de tanto poder!

Herdeiro de imensa fortuna,
É dono de praias, iguais nunca vi!
Montanhas, florestas, vastos coqueirais,
Incríveis cidades mandou construir.

Eu me apaixonei por um cara,
De olhos tão claros, de peito maciço,
Ao bronze do sol da América do Sul,
Cabelos macios, preguiça, feitiço.

De cheiro agreste e selvagem,
De origem tupi, de sangue latino,
Seu nome é Brasil! Pra que falar mais?
Brasil, meu menino, te amo demais!


Livro Coletânea de Poemas, Projeto Poesia na Escola pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, em 1998