Encontrei Dante e Sabino num animado bate-papo na sala
de leitura.
Sabino dizia-lhe que mesmo das distantes Minas Gerais,
conhecia bem a sua obra e sua Itália também.
Surpreso, Dante lhe perguntou o que era Minas Gerais.
Sabino, divertido e bem humorado, explica num mineirês
sem pressas ou afetações:
- Minas não é o quê, mas onde, poeta. É um lugar
especial que
produziu muito ouro, pedras preciosas e turmalinas
também,
produziu muita Arte desde a Barroca com Aleijadinho, a
Literária e,
em meio a todas as Artes, aquela que é a mais gostosa,
que dá água
na boca, só de pensar nela!
- Arte deliciosa? Não compreendo...
- É a Arte Culinária, claro!
- Melhor que a francesa?
- Ah, não tem comparação! Pães, doces, bolos, leitão à
pururuca, pão de queijo, tutu de feijão, farofa... E a cachacinha? Hmmm...
- Cachacinha?! O que é isso?
- É uma bebida, sabe? Está para Minas, como o vinho
está para a
Itália. E posso te garantir que nem mesmo no Olimpo os
deuses
provaram coisa melhor.
- Gostaria de conhecer esse lugar mágico. É possível?
Onde fica?
- No sudeste do Brasil, meu caro.
- Como se chega lá?
- Trem, ônibus, carro...
- Navio não?
- Não, porque Minas não tem mar, mas tem belos e
imponentes rios,
cachoeiras, é surpreendente, e i-nes-que-cí-vel!
- Quando partimos?
- Agora, poeta.
E acenando para mim com um divertido piscar de olho, os
dois
sumiram, deixando-me maravilhada com as surpresas
criadas pelos
escritores e as grandes viagens que a Literatura é
capaz de nos
oferecer.