O menino seguia pé ante-pé, escondendo algo atrás do corpo
quando foi surpreendido por sua irmã.
- O que você está escondendo aí, Leo?
- Nada, Jú!
- Então mostre a mão.
- Qual?
- Primeiro, a esquerda.
- Tá aqui. E exibe a mão vazia.
- Agora, a direita.
- Aqui. E repete o gesto.
- Agora mostre as duas.
- Só se você adivinhar o que eu achei.
- Hmmm... chocolate!
- Você só pensa em comer... Não!
- Figurinhas.
- Não.
- Insetos.
- Não
- Moedas.
- Não.
- Então fala logo! Não sou boa em adivinhações.
- É um mapa. Diz ele abaixando o tom de voz.
- Um mapa geográfico?
- Não.
- Um mapa das ruas da cidade?
- Não.
- Que mapa é esse, garoto?
- Um mapa do tesouro!
- Mapa do tesouro? Ah, não acredito!
- Pois então veja!
E ele mostra um papel envelhecido com marcas, setas
quantidade de passos, caveiras, tudo aquilo que contém um mapa do tesouro, é
claro!
E eles constatam que estão no local apontado pelo mapa
e avistam uma grande caixa coberta por um belo xale colorido.
- Olha! Achei o tesouro! Tô rico! Rico! E assim
dizendo, ele puxa o xale rapidamente deixando a grande caixa a mostra.
- Cuidado, Leo!
- Cuidado com o quê? Se você está com medo, pode ir. Eu
fico sozinho.
- Não. Vou ficar com você.
Ele aproxima-se da caixa e abre a tampa decido. Mas...
encontrou outra caixa! E outra, mais outra, e aquilo o deixou muito irritado!
- Ei! Que brincadeira é essa?! Fala olhando em todas as
direções.
- Vamos voltar.
- Não! Vou até o fim. Não pedi nada! Achei o mapa, e
agora ele é meu! e o tesouro também!
E vai abrindo todas as caixas até atingir a menor delas
que está fechada bem fechadinha. Ele
pega a caixinha com as duas mãos e a sacode com força. Há alguma dentro! Faz um
barulho considerável.
- Deixa eu abrir pra você, Leo.
- Toma.
E Júlia abre a caixa, um tanto temerosa.
- Um pacote dourado! O que será que tem aí dentro?
- Abre logo isso, Jú. To curioso...
- Um livro?!
- Acho que é um caderno.
Eles abrem o caderno ao mesmo tempo, tamanha a
ansiedade.
Na primeira página, em negrito, a seguinte mensagem:
“Parabéns! Você acaba de encontrar um grande tesouro!
Se quiser saber mais sobre ele, vai até a página 5.”
Os irmãos, ansiosos, e com a curiosidade natural da
juventude, correm os dedos até atingirem a página indicada.
“Esse tesouro vale mais que toda a prata, todo ouro e
todo o dinheiro desse mundo! Mas para que você o receba, há uma condição. Mais
informações na página 10.”
- Já estou ficando irritado.
- Vamos esquecer isso, Leonardo.
- Não. Vou continuar.
“Para receber esse tesouro, você deverá dividi-lo com
todas as pessoas que se interessarem por ele. Saiba como na página 15.”
- Ah, não! Se eu achei o tesouro sozinho, ele é só meu!
Não vou dividir nada!
- Então vamos embora, mano.
- Já disse que não! Se viemos até aqui, vamos até o fim. E abrem a tal página reveladora...
“Legal! Você chegou até aqui e breve vai tornar-se
muito, muito rico. Na última página há um envelope e dentro dele encontra-se um
pequeno pacote, dobrado como um leque. Você deve abri-lo com todo cuidado!”
Os irmãos vão até a última página e ali encontram o
envelope e ao abrirem o pacotinho surpreendem-se com o que encontram:
E
|
S
|
P
|
E
|
R
|
A
|
N
|
T
|
O
|
- Esperanto?! O que é isso, Jú?
- É um idioma, Leo. Vovô fala essa língua e sempre quis
me ensinar, mas eu nunca me interessei.
- Vamos mostrar isso pra ele então?
- Tenho certeza que ele vai ficar muito feliz. Vamos.
E saem os dois irmãos com o caderno encantado,
envolvido no papel e dentro da caixinha, para surpreenderem o avô.
Quem será que desenhou aquele mapa?