domingo, 19 de junho de 2016

O guarda chuva amarelo


Era mágico, mas creio que o vendedor não sabia! O sol forte obrigara-me a comprá-lo e em meio a tantos escolhi aquele: o amarelo!

Quando o abri, ah! Que beleza! Como uma tenda mágica ele mostrava belíssimos cenários: praias, montanhas, florestas, cidades inteiras e cada gente tão bonita que eu até me esqueci da vida e fiquei a admirar o pequeno objeto que eu comprara, apenas para me proteger do calor!

E lá fui eu sob meu guarda chuva amarelo que aos olhos dos outros era comum, mas, para mim, como era belo e como interagia comigo!

Quem passava por mim sequer imaginava que sob um simples guarda chuva ia alguém que sonhava e em cores, com irmãos mais distantes ou com todos os seus amores, simples assim!

No abrir de um guarda chuva ou guarda sol, como queiram, quantas luzes... Quanta gente, como se fosse uma grande feira e só com pessoas maneiras pensando e fazendo o Bem!


Como eu queria que todo mundo pudesse, como eu, encontrar um dia, o seu guarda chuva amarelo também!

domingo, 12 de junho de 2016

Acalanto

Esse teu corpo
lembra a rede mansa
que eu gosto tanto
de me enroscar...
E tua voz dizendo meu nome
parece acalanto a me embalar...
E esse teu olhar, não sei não,
- bonito como o sol na beira do mar -
é chama que me aquece o coração,
doidinho pra te amar...

Constatação



Então você tem um amor...

E afinal, quem não tem:
um segredo guardado, um desejo danado
de se ter um bem?
De sair por aí, em noites de lua pra namorar...
E um gostoso arrepio sentindo na pele
pela leveza de se entregar
ao falar amoroso, ao olhar carinhoso
do seu par!

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Delírios


Madrugada alta, verão pleno, janela aberta,
sou despertada pela lua cheia que, delicada,
num jeito especial de quem não tem o costume
de fazer comentários maldosos sobre o que vê,
conta-me ao ouvido, alguns segredos alcoviteiros.
E eu, cúmplice, aquiesço e pisco o olho para ela.
Mas Hipnos, por ciúmes talvez,
toma-me novamente em seus braços           
raptando-me aos domínios de Morfeu.
Manhã bem cedinho, sob o sol encantador,
eu desperto e,  quem sabe, para sorte tua, 
me faço completamente esquecida
do que me contou a Lua.