Chegamos ao século XXI com avanços tecnológicos e
científicos inimagináveis por nós, há 50 anos.
Os transportes, os meios de comunicação, o vestuário, os
relacionamentos, a educação, a linguagem literária, tudo isso passou por
mudanças que não nos apercebemos...
Hoje, impactados pela força meteórica de um microscópico
vírus, a humanidade foi obrigada a puxar o freio de mão para desacelerar-se.
E os donos (temporários) do poder, que antes ignoraram as
advertências da Ciência, agora a chamam de volta porque com ela se encontra a
chave do conhecimento, que o poder não tem.
E os cientistas, sempre devotados ao bem da humanidade,
apressam-se em socorrê-la, desenvolvendo vacinas, soros, medicações as mais
variadas, para dirimir a dor, erradicar os males que nos assolam e amedrontam...
...Só nunca encontraram a fórmula capaz de diminuir a dor que
a saudade nos causa.
E hoje, ainda que vivendo no século das grandes invenções,
perdemos o simples direito de caminhar
pelas ruas do bairro, sentirmos o cheiro bom do pãozinho fresco no ar, vermos a
correria das crianças aos bancos escolares, ouvirmos os sinos nos convocando à
oração, visitarmos nossos amados, nossos amigos, ajudarmos uns aos outros,
sentarmo-nos simplesmente num banco de praça e ouvirmos os poemas de amor que
as aves nos segredam...
As pequenas coisas só nos mostram seu grande valor quando
as perdemos.