segunda-feira, 25 de julho de 2016

Cartão de crédito


A mulher, aproveitando-se das circunstâncias, reduz o marido a pó!
O motivo?  Ele esquecera o cartão de crédito em casa e a compra teve que ser cancelada.
Não satisfeita em humilhá-lo no estabelecimento comercial, veio vociferando pelo caminho:
- Você não presta pra nada mesmo... Nem pra fazer a alegria do nosso neto, que espera pelo brinquedo há dias... E eu que ainda me fio em você... É bem feito pra minha cara!
Chegando em casa, acaba de despejar a raiva sobre a criança que brincava tranquilamente no balanço do quintal:
- O traste do seu avô, esqueceu o cartão em casa e você ficou sem seu brinquedo. Veja lá se não vai seguir o exemplo dele quando crescer também.
O marido, visivelmente amargurado, a cara amarrada, o velho arrependimento de não ter desfeito aquele casamento há anos, joga-se na poltrona da saleta e esconde o rosto entre as mãos.
O menino aproxima-se, o abraça com carinho e na simplicidade terna das crianças, fala com sabedoria:
- Vovô, só tem uma coisa que você não pode esquecer nunca!
E o avô, ainda mergulhado naquela atmosfera pesada, levanta a cabeça, sustenta o olhar da criança e pergunta com desalento:
- E o que pode ser mais importante do que um cartão de crédito, menino?

- A sua alegria, meu avô!

4 comentários:

  1. Crônica aparentemente prosaica, mas de alto valor educativo. Parabéns, amiga!

    ResponderExcluir
  2. Nada melhor do que ser simples como as crianças !
    Beijos, Dirce querida.
    Parabéns, mais uma vez !

    ResponderExcluir
  3. Simpla kaj trafa! Moderna Andersen povus verki ion similan. Necesas iom da delikateco en la mondo, chu ne?
    Charma fabeleto!

    ResponderExcluir
  4. O valor do sorriso ! Valeu Dirce, muitas alegrias para VC!!

    ResponderExcluir