Um dia, eis que me encontro sozinha, despida,
num copioso pranto, sem qualquer identidade.
com muito medo, diante de um mundo ameaçador.
Nada, absolutamente nada, eu trouxera comigo.
No entanto, esperavam por mim corações amorosos,
braços protetores, olhares atentos, mãos hábeis
que logo providenciaram-me: uma casa, um berço,
alimentos, vestuário, higiene, um nome próprio, educação;
carinho, advertências, amor a Deus e ao próximo,
respeito à Pátria, conhecimento, saberes, religião.
E eu, que nada possuía, tesouro incalculável herdei!
Tempo, pacientemente, me mostrava a necessidade de doar
e eu experimentei então a alegria do repartir...
Desta forma, quando aos meus braços vieram outros despossuídos
- os filhos amados -, eu também lhes dei (quase) tudo
daquilo que houvera recebido um dia.
Tempo também me falou de esperanças
e apresentou-me a um Cavalheiro especial
que me cobriu de presentes e com muita lisura
levou-me em viagens onde eu aprenderia a grandeza
das diversidades culturais, das Artes, das Ciências, da Arquitetura.
Apresentou-me ainda aos grandes Mestres de ontem e hoje
numa simplicidade comovente, num diálogo encantador!
Esperanto! eis o nome do Cavalheiro tão amado por mim,
e que eu, a meu turno, nada tive a oferecer!
De quando em quando Tempo reaparece
e me faz recordar que mais dia, menos dia,
retornarei ao meu país de origem,
para onde, além da gratidão e de uma grande saudade,
não tenho o direito de levar mais nada!
Visão real, legítima da vida nessas poucas palavras.
ResponderExcluirgratidão no íntimo e otimismo ao encarar a vida! Parabéns!
Tre oportuna, bela kaj pripensiga mesaĝo!
ResponderExcluirFeliĉan Kristnaskon, Dirce!
Bela maniero esprimi dankon al nia Esperanto!
ResponderExcluir
ResponderExcluirBela metafora vido de Esperanto! Mi volus, ke ni havu pli vagantajn kavalirojn kun tia majstreco por lumigi la mondon!