Mãe tá brava.
Quando fica assim, guarda as palavras sei onde não.
Manda o olhar pra tão longe, mas tão longe, que nem
atino onde fica esse lugar.
Mãe tá brava porque o dinheiro não chega nem pra comprar
o pão.
Mãe trabalha muito, mas o dinheiro tem sobrado nada.
A vela de Santo Antônio ela apaga pra economizar.
E reza todo dia.
Eu posso fazer nada pra mudar essa situação.
Conheço mãe. Conheço. Mas ela sabe não.
Falta pra ela a moeda.
Pra mim falta o som, a fala, a comunicação.
Pra ela falta um trabalho certo.
Falta pra mim o
movimento, a ação.
Mãe pensa que não sinto, que não sei, mas ela sabe nada
não.
De mim, só eu tenho a chave...
Lembra aquelas mocinhas do interior debruçada na janela, que sonha com uma vida diferente , mas nada faz pra mudar e ainda critica a mãe que não sabe falar.... Amiga você tem que editar estes contos !! Parabéns!
ResponderExcluirLirismo tecido com o fio da simplicidade da fala do filho,
ResponderExcluirsob o viés desse personagem tão ricamente simples.
E o desfecho, muito elegante, poético. Bela narrativa!
Poeziajho kiu lasas, ke la menso de leganto flugu foren kaj imagu, imagu... Jen la magio de Poezio!
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