Rio de Janeiro, verão a todo vapor, ônibus lotado, ar
condicionado sem dar vazão e o cidadão em pé, próximo ao motorista, inicia o
seu discurso vazio contra o governo...
Dos policiais que detêm e liberam os menores em seguida, aos
milhões desviados, cantados e decantados pelo filho do ex-presidente, que aliás, nem
sabe que ele, cidadão sardinha-em-lata, vive, ou melhor, sobrevive neste país,
possuía também as soluções para todos os problemas aparentes e pasmem! o cidadão
cogitava importar o “presidente” do Japão para colocá-lo na presidência do
Brasil! Oi?! Ouvi direito?
Até aí ele falava sozinho.
De repente, outro cidadão sardinha da mesma lata, decidiu
dar a sua pitada de opinião e manteve um pouco a palavra até que seu oponente,
sabe-se lá porquê, decidiu usar o termo
país-continente, e percebendo que o outro não soubesse talvez o significado
disso, empertigou-se todo para já passar os seus conhecimentos de geografia e
história, e aí já olhando para todos os lados, buscando plateia, quando o
motorista decidiu interferir, e cá entre nós, não sem tempo:
- O meu parceiro, candidate-se logo a vereador,
aproveite e reivindique para todas as frotas, um motor menos quente que esse, ar
condicionado para todos os veículos, ah! e que funcionem! E, se possível, uma
cabine individual para o motorista trabalhar sossegado. Falou?
Calou-se o cidadão.
Ótima narração, Dirce! Com uma "pegada" cômica! A cara do carioca! :)
ResponderExcluirOriginalidade na abordagem do cotidiano do cidadão sardinha-em-lata, em tempos de ausência de adequada mobilidade urbana em grandes centros e chegado a um discurso vazio. Bela crônica..
ResponderExcluirBonega kronikaĵo tipa en Rio. Mi suspektas, ke la aŭtoro travivis la scenon fakte, en la urbo. Kaj kaptis la humuron de Rio-anoj!
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