O galo vinha muito triste
e preocupado pelo caminho porque perdera algo de muito valor: o seu relógio.
E agora, o que fazer? O
relógio o avisava a hora certinha de cantar para chamar as pessoas ao trabalho
e à escola...
E o galo já quase chorava
quando...
Muito devagarzinho, sem
qualquer tipo de tormento na vida, vem chegando a tartaruga que o saúda
alegremente.
- Olá, amigo galo! Tudo
bem?
- Olá, amiga tartaruga.
Ah, tudo mais ou menos.
- Posso ajudar?
- Eu perdi meu relógio. É uma joia de família,
passa de pai pra filho, sabe? E sem ele como vou acordar as pessoas? Esse é o
meu trabalho.
- Você tem razão, amigo,
mas logo, logo vai encontrá-lo, acredite.
- Como você sabe?
- Porque os sábios ensinam
que “tudo que é nosso, um dia volta para nós.” Quer que eu o ajude a procurar?
- Oh, sim! Obrigado. Vamos
procurar juntos, então. Eu sigo pela direita e você, pela esquerda e depois nos
encontramos aqui mesmo, certo?
- Certo. Ah, e como é o
seu relógio?
- Boa pergunta. Ele se
parece com o sol.
- Está bem. Tchau.
- Tchau.
E eles saem olhando muito
atentamente para todos os lugares, procurando o relógio tão importante.
Nisso, surge um macaquinho
trazendo algo pendurado no braço.
- Oba! Achei um relógio!
Se eu vendê-lo, vou ganhar um dinheiro e poder me mudar para outra floresta.
Nesta daqui é sempre tudo muito igual, as mesmas árvores, os mesmos animais... Eu
quero é viajar, conhecer outras florestas, outros bichos, quem sabe até
conhecer uma macaquinha esperta e ficar com ela...
Assim dizendo, sobe num
toco e começa a sua propaganda:
- Atenção! Atenção! Eu
herdei esse lindo relógio do meu avô, mas eu preciso vendê-lo porque a vida
anda difícil, tudo muito caro, e eu preciso de um dinheirinho para realizar
alguns projetos... Vinte e cinco! Vinte e cinco! Quem deseja? Quem vai levar?
- Vinte cinco, senhor
macaco? Auuuu... - perguntou um lobo que passava por ali.
- Cento e vinte e cinco,
senhor lobo.
- Eu pensei ter ouvido
vinte e cinco.
- Com certeza o seu uivo atrapalhou
um pouquinho.
- Ah, que pena! Não tenho
todo esse dinheiro. Fica para uma outra vez. Auuuu...
- Cento e vinte e cinco!
Cento e vinte e cinco apenas por este relógio. Quem vai levar?
- Cento e vinte e cinco? -
perguntou o tucano interrompendo o voo.
- Não, senhor tucano, eu
disse mil cento e vinte e cinco! O barulho de suas asas não deixou o senhor
ouvir direito.
- Ah, é muito caro para
mim.
- Podemos dividir em cinco
vezes. Não é bom?
- Sinto muito, mas não
tenho todo esse dinheiro, disse o tucano levantando voo. (Reloginho caro, esse
– resmungou ele...)
- Tucaninho pão duro! Mil
cento e vinte cinco! Somente mil cento e vinte e cinco...
Assim o macaquinho decidiu
continuar seu negócio, mas mudou de ideia rapidamente ao ver uma onça com cara
de poucos amigos a mostrar-lhe os dentes
enormes, sem a menor paciência para negociatas... o que o obrigou a subir ligeiro na árvore
mais próxima, seguido pela onça que também sabe escalar as altas árvores.
E agora?
O jeito era saltar de
árvore em árvore o mais depressa possível e tratar de salvar a sua vida.
Só que, naquela corrida
toda, o relógio escorregou do seu braço e caiu bem na frente da tartaruga que passava
por ali naquele exato momento.
- Ora, ora, ora... mas não
é o relógio do meu amigo galo? Galoooo, gaaaalo! Vem ver o que eu achei!
Vem o galo correndo e
arfando.
- Obrigado! Muito
obrigado, amiga tartaruga. Onde ele estava?
- Acho que com o próprio
sol... hi hi hi... Não falei que tudo que é nosso volta para nós?
Delicioso conto com sabor de crônica. Dirce, você nos encanta com essa simplicidade tão rica!
ResponderExcluirBela fabeleto. Ghi memorigas nin pri la indianaj fabloj, kiu kashas saghon sub naiva mantelo. Ghi meritas Esperantigon...
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