Jogava-me pedrinhas a moça que vivia na Torre
E traziam bilhetes nelas
enrolados, pequenos pergaminhos.
Ora falavam de amor, ora
diziam versos.
Pequenos recados... Algumas
recomendações
Segredos...
Às vezes eram rezas, verdadeiras
penitências,
Quando a torre se fechava
vários dias,
Noites seguidas, treva
total.
Brecha alguma para a
Imaginação ali adentrar.
Após o longo retiro,
voltava ela. Sempre assim.
Por quê? Por que imputava
sempre a si mesma
Aquela pena, a clausura...
Então ia surgindo aos
poucos para não ferir
O olhar habituado ao
negror da noite densa.
E voltava ela a me atirar
as pedrinhas
Com suas mensagens
delicadas, sutis.
Guardava as pedras num
quase altar
E dos recados vertia
poemas,
Poemas que falavam de um
estranho amor entre
Um alguém na Torre e outro
alguém na rua:
Um amor inverossímil entre
mim e a Lua.
Como sempre a delicadeza é a palavra-chave dos seus textos poéticos. Por isso eles sempre nos cativam e encantam.
ResponderExcluirKia bela, nostalgia rakontpoemo. La sorchistino atingas per siaj versoj la delikatan parfumon de nekonata floro.
ResponderExcluirCom certeza, a feiticeira vai ganhar outra trovinha!
ResponderExcluirEstá muito poética! Esse conto e a homenagem à Nazaré Laroca demonstram bem o seu perfil Parabéns!
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