sábado, 21 de junho de 2014

Código



Eu, ouvido colado ao chão, ouço o tropel desenfreado em minha direção.
Sei quem são.
E me ponho de pé para recebê-las:
As palavras...
Chegam, apeiam e falam ou se calam,
e me derrubam,
e me levam ao pranto ou ao riso.
Umas são teatrais, outras, calmas.
Umas se vão e levam consigo pedacinhos de mim num processo de polinização da vida que me permite o renascer em outros corações.
E se umas me fazem dormir, outras me convidam a sonhar.
Palavras...
E penso naqueles que não as conhecem
ou que conhecem apenas
as que ferem,
                  sangram
                             e matam.
Eu tenho penas deles.
                          Eu tenho pena delas.
Palavras...

...como viver sem elas?

4 comentários:

  1. Parabéns por esse belo e instigante Código! Como já lhe havia dito antes, é o melhor poema que você já fez! Maduro, requintado. Talvez gerado em uma grande dor.

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  2. Gosto da sua linguagem Dirce, seu jeito simples e bonito nos faz refletir ...

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  3. Vere bela, kun la beleco de profunda verajho. Kulturi la vorton, jen devo de chiu homo. Gratulon.

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  4. Ô Dirce! Eu já dirce que ocê prá mim é qui nem qui uma professôra di poesia, que nos transmite a arte de sentir...

    [ verifique, por favor, o quase antepenúltimo verso: Eu tenho pena deles. ]

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