Minha bisavó materna, libanesa, brava como ninguém,
apesar de muitos anos no Brasil, jamais conseguiu dominar o nosso idioma.
Por causa disso, ocorreram algumas situações que apesar
de dramáticas para ela, não deixavam de ser pitorescas para nós, como por
exemplo, o episódio da bilheteria da estação ferroviária.
Acompanhada de uma das netas, ela aproximou-se da
bilheteria e disse com seu sotaque carregado:
- Quero “bassage” para “novebessoa”
O funcionário rapidamente destacou os nove bilhetes e
entregou a ela que começou a esbravejar e xingar na sua língua natal e batendo
o pé, repetia:
- Eu dizer bassage pra novebessoa!
- Então senhora! Estão aqui as nove passagens.
- No! No! No! Fala netinho minha. Fala, filino, fala bra
onde vovó ta indo...
- É pra Nova Iguaçu!
E a confusão continuou até a chegada providencial de
meu avô que sabia bem o que era preciso fazer numa situação dessas.
Brave! Amuza lingvokarambola rakonto!
ResponderExcluirDe uma incompreensão linguística comum você soube extrair um saboroso e divertido conto. Parabéns!
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