- Deita, Genisse! Faz que tá morto!
Assim gritavam meus tios, da varanda da casa de vovó,
que próxima ao curral,permitia-lhes assistir uma cena tragicômica vivida pelo
irmão que voltava da boemia, bem cedinho.
Mansinha, uma vaca mocha, brava como o cão, e de cria
nova então, um perigo! estava no lugar certo mas na hora errada para tio Genecy
- ou Genisse, para os irmãos - que teve a infeliz ideia de cortar caminho pelo
curral. Ao vê-lo, ela partiu pra cima do infeliz como um raio!
Sem outra alternativa, ele jogou-se ao solo e ali
ficou, hirto como um graveto, os braços colados no corpo, a respiração
suspensa, a boca cerrada e os olhos fechados.
Ela aproximou-se, parou e sem poder atingi-lo, urinou e
defecou sobre o coitado que nem respirar podia!
Nisso os irmãos, munidos de garruchão – uma vara roliça
com um arpão na ponta – e que pressionada no corpo do animal o faz recuar pela
reação dolorosa que causa, vieram em seu socorro.
Uma vez afastada a ameaça, o coitado viu-se preso às
gozações dos irmãos, às reprimendas de minha avó e de um banho, que por mais
demorado que fosse, demorou toda uma vida para tirar a impressão do cheiro e da
angústia vividos.
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